Parece divertido o uso da escada-rolante no vídeo do Youtube. E é. Pelo volume de postagens, tem quem goste de curtir o risco de ser moído por uma máquina estranha como essa que gira sem sair do lugar.
Nem sempre o uso inusitado é tão (somente) divertido. No último sábado, 01/11/2008, estava eu resolvendo uma série de coisas num shopping de Brasília depois do almoço. Entre tomar um café, fazer umas cópias e acompanhar a última parte do treino de classificação do GP Brasil. Por sinal, um grande treino, com muita emoção e com Massa conquistando a terceira pole seguida.
O fato é que adoro fórmula 1 e saí da galeteria onde tinha a única TV sintonizada na prova com uma grande expectativa de vitória. Era a certeza de um grande momento. Eu vivia o momento como uma profecia.
Mas a vida continua e eu iria descer para passar na lotérica, pegar um sorvete e pagar o estacionamento para em seguida me encontrar com minha esposa e minha filha. Fazer o de praxe e depois ir ao trabalho, afinal ainda teria uma tarde/noite longa num cinedebate com o filme "A procura da Felicidade" pela luz do Evangelho Segundo o Espiritismo.
A minha cabeça concatenava todas essas ações quando ouço a voz de minha esposa em um acentuado Lá (sustenido).
Fui ao extremo. Era um grito de desespero, pensei. Dei meia-volta e resolvi subir as escadas para ir ao seu encontro. Seria fácil, se eu não estivesse quase no meio da escada-rolante. Dei uma patinada, bati com o joelho umas duas vezes nos degraus e com relativo esforço cheguei ao topo sem amassar minhas cópias.
Minha mulher assistia a cena e quando nos encontramos ele me disse que só queria dizer um "oi", que segundo o Priberam emprega-se para cumprimentar, chamar, mostrar espanto ou indicar que não se ouviu bem aquilo que foi dito pelo interlocutor.
Passei uns quinze minutos pensando naquele "oi", subindo escada-rolante ao contrário, tropicando e levantando. Daí por diante, seguiu-se um dia de grandes reflexões, pois eu reconhecia que era capaz de fazer muito mais por um "olá".
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